sábado, 20 de dezembro de 2008

A VERDADE SOBRE O 25 DE DEZEMBRO

Queridos blogueiros. Nesta época do ano, muito ouvimos falar sobre o "nascimento do menino Jesus". Até mesmo os evangélicos (não estou aqui generalizando), atribuem categoricamente que no dia 25 de dezembro, é comemorado o dia do nascimento de Jesus.
Entretanto, a verdade histórica sobre esta data, está muito longe de ser aquilo que a maioria das pessoas acreditam. Vamos lá! No Império Romano, no dia 25 de dezembro, era comemorado o ANIVERSÁRIO DO SOL, sendo a adoração ao Sol, a religião oficial do Império Romano, instituída pelo imperador Aureliano. Lúcio Domício Aureliano, imperador romano (270 - 275), transformou a adoração do Sol em religião oficial do Império, e a si mesmo em emanação terrena do sol, sendo o primeiro imperador romano a divinizar-se. O ANIVERSÁRIO DO SOL, foi fixado em 25 de dezembro, na época do solstício do inverno. Constâncio I, o Cloro(pálido), imperador do Império Romano do Ocidente (305–306), reinvindicou o dia para a cristandade e transformou-o no DIA DE NATAL - o Aniversário de nosso Senhor, com o intuito de dar aos cristãos, um dia para que pudessem se reunir e celebrar, sem serem impedidos pelas leis romanas.
Na sua "Vida de Contantino", o bispo Eusébio de Cesaréia afirma que Constâncio Cloro era um cristão que fingia ser pagão e que por isso não tomou parte nas perseguições de Diocleciano. Porém é mais provável que ele fosse, na realidade, como todos os imperadores desde Aureliano até Constantino - este, antes da sua conversão ao cristianismo - um adepto do culto do Sol Invictus.
Fica aí portanto meus queridos, a verdade histórica sobre o porquê do Dia de Natal. É preciso ainda ressaltar que, não há NENHUM dado histórico ou bíblico comprobatório do dia em que Jesus nasceu. Que o Natal seja para nós, uma oportunidade de estarmos reunidos com nossos familiares, nos alegrando com aqueles que quase sempre não encontramos durante o ano que passou. E que Jesus possa estar sim, nascendo todos os dias dentro de nós, transformando dia após dia nossas vidas, nos preparando, orientando, abençoando e nos tornando aptos para estarmos um dia, ao seu lado na presença de Deus Pai. Devemos comemorar sim o Natal, mas com o único intuito de celebrar a nascimento do Senhor Jesus, que veio morrer para que possamos ter vida plena e salvação. Não importa se não foi neste dia. Os astros celebraram o nascimento de Jesus, os Reis Magos celebraram, os Pastores celebraram. Porquê não o faríamos??

Contém trechos do livro: O Legado de Roma páginas 93 e 94(Cyril Bailey) & Wikipédia.

domingo, 23 de novembro de 2008

O Conhecimento A Favor da Vida

Queridos blogueiros de plantão.
Como um amante incondicional da vida, apaixonado pela música e pela literatura e, claro, da filosofia, estréio hoje este blog, trazendo um pequeno trecho deste maravilhoso texto publicado no Jornal Estado de São Paulo, no dia 26/03/2008, onde a filósofa medievalista e escritora Regina Schöpke, faz a resenha deste livro fantástico, "Aprendendo a Viver", de Sêneca, que traz profunda e enriquecedora síntese da doutrina estóica. Óbvio, recomendo-o para todos.
Além de falarmos aqui sobre literatura e música, estarei trazendo semanalmente dicas de grandes álbuns musicais em lançamento e do passado, assim como dos livros em evidência no mercado. Portanto, obrigado por sua visita e seja bem-vindo.

O CONHECIMENTO A FAVOR DA VIDA

"Em todos os tempos, a filosofia tem sido alvo de ódios e paixões. Há quem julgue não existir felicidade fora dela, mas há aqueles que a vêem como um veneno e chegam a perguntar, com ar malicioso, se ela serve realmente para alguma coisa. A esses Nietzsche diz que devemos responder com tom mordaz, porque se trata de pergunta igualmente mordaz. "Ela não serve para nada", diz ele. Não serve aos poderes estabelecidos, não serve à religião, nem ao Estado. "Serve apenas para entristecer as tolices". Ou, em outras palavras, ela serve apenas à vida, em sua mais alta potência. Dizer que a filosofia está a serviço da vida pode parecer uma afirmação demasiado geral, mas no fundo quer dizer apenas que, de todas as invenções humanas, ela é a única que nos prepara e nos fortalece para o mundo. A filosofia nos ensina a viver, como mostra o filósofo romano Sêneca nas páginas de Aprendendo a Viver (coletânea de algumas de suas famosas Cartas a Lucílio. Um dos representantes máximos do "estoicismo imperial", Lucius Annaeus Seneca (4° a.C. - 65 d.C.) era enfático ao afirmar que a filosofia deve ensinar a viver e não a fazer discursos. Ele, que foi o preceptor do imperador Nero, vivia num mundo muito distinto daquele que viu nascer o estoicismo e o epicurismo (a Grécia do período helenístico ou alexandrino). Essas duas escolas, importadas como o teatro e a religião, não vicejaram em Roma por acaso. Embora derivadas da tradição socrático-platônica, as filosofias helenísticas se caracterizam por um espírito completamente novo. Elas são, num certo sentido, filosofias práticas, mais comprometidas com a existência imediata (o que combinava muito bem com o espírito pragmático dos romanos). De fato, essas "novas" filosofias deixavam em segundo plano as investigações que hoje chamaríamos de "científicas", voltando-se principalmente para a ética e a estética. Melhor dizendo: para elas, a investigação acerca da natureza é inseparável da produção de uma existência superior. Afinal, de nada adianta o conhecimento, diz Sêneca, se ele não pode tornar o homem melhor ou mais feliz.
...Mais do que os temas tratados (a coragem diante da vida e da morte, o desperdício do tempo, a virtude como o supremo bem, o distanciamento necessário do sábio, a filosofia como o lugar onde todas as inquietações se dissolvem), o mais evidente é o modo como Sêneca passeia por entre vícios e absurdos humanos. Lembrando, mais uma vez, de Epicuro, ele diz que aqueles que não vêem seus próprios pecados não podem se corrigir. E não poder se corrigir é viver à deriva, sem comando da própria existência. Talvez essa seja a lição mais profunda dessa obra: para ter alguma sabedoria nessa vida - ou alguma felicidade - é preciso primeiro ir fundo dentro de si mesmo, é preciso se enxergar para poder corrigir a própria rota. Em suma, a filosofia não serve mesmo para nada - ou, pelo menos, não serve para aqueles que julgam conhecer de cor todos os caminhos enquanto andam às cegas com uma confiança que só a mais profunda ignorância pode proporcionar."